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Greve Geral na Argentina contra o governo Milei

No último dia 9 de maio, a Argentina foi palco de uma Greve Geral em protesto contra a carestia e ao projeto Lei de Bases, do governo do presidente Javier Milei. Após uma manifestação que reuniu mais de 10 mil trabalhadores em Córdoba, ocorrida dois dias antes, a greve paralisou várias categorias e representa um importante passo da luta contra Milei.

O movimento paredista foi chamado pela central sindical de base peronista, a CGT, a maior do País, e teve a adesão de diversas organizações de esquerda. O principal setor paralisado foi o de transportes: metrô, trem, ônibus e até dos aeroportos. Em outros setores operários, como metalúrgicos e petroleiros, a adesão foi quase completa.

Também o partido da ex-presidenta, Cristina Kirchner, o União Pela Pátria (UP), aderiu ao protesto. A estratégia adotada foi falta à reunião que discutiria o projeto Lei de Bases no Senado e, assim, impedir que fosse votado no dia. A UP é o maior partido do Congresso argentino e possui 31 de 72 senadores, mas para a aprovação da Lei o governo precisa apenas de uma maioria simples.

O governo Milei, usando de um protocolo aprovado poucos dias após sua posse, no qual proíbe o fechamento de ruas, atuou para reprimir as manifestações e os piquetes realizados durante  a greve. Esta é a terceira grande mobilização contra a tentativa de Milei, que tomou posse em dezembro de 2023, de desmontar o Estado argentino. Em 24 de janeiro, também foi chamada uma Greve Geral e no Dia do Trabalhador, 1º de maio, as manifestações focaram neste tema.

Os salários dos trabalhadores argentinos perderam 20% do seu poder de compra, desde o começo do mandato desse presidente fascista e a proposta da Lei Bases prevê uma desregulamentação de diversas áreas, principalmente a trabalhista. O Projeto, que chegou no Senado para votação no dia anterior à paralisação, é uma versão “mais suave” da Lei Omnibus, rejeitada anteriormente pelo Congresso, que não só desregulamentava vários setores, mas também privatizava várias empresas públicas.

Em relação às questões trabalhistas, uma mudança importante prevista na Lei Bases é o fim de multas para contratações sem registro, ou seja, para o trabalho informal. Isso certamente provocará o aumento do serviço informal, altamente precarizado.

Com a inflação alta e diversos ataques contra a classe trabalhadora, a Argentina tem visto o aumento do desemprego e da fome, que pode levar a uma situação extremamente crítica e a uma grande convulsão social. As convocações de greves nacionais têm forçado o governo a reduzir a velocidade de seus ataques, mas não impedem o avanço das medidas de austeridade. Um governo como o de Milei, ligado à extrema-direita internacional e ao sionismo, cuja missão é ajudar o imperialismo a destruir regiões em que tem interesse de dominar suas riquezas, não permite negociações entre capital e trabalho.

As greves de um dia das grandes centrais podem representar uma importante demonstração de força dos trabalhadores, mas são insuficientes quando criam a ilusões sobre a possibilidade de negociações com o governo Milei. Para barrar seus ataques e defender os interesses dos trabalhadores será preciso avançar na pauta política e em greves por tempo indeterminado.

Foto: EFE


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