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Violência e exclusão são as marcas da militarização da Educação

A suposta segurança proporcionada a estudantes, nas escolas cívico-militares, não passa de um grande blefe propagandeado pela extrema-direita fascista. A militarização das escolas, em nosso país, vem sendo marcada pela violência física e simbólica. Da sua implementação, em 19 estados, até o momento atual, as estatísticas mostram um aumento considerável de casos de bullying, racismo, agressões físicas e verbais praticados entre alunos e alunas.

Mas a gravidade dessa contrarreforma educacional, que se iniciou no pós-golpe de 2016, com o governo Temer, está, principalmente, nos atos praticados pelas próprias instituições de ensino. Conforme reportagem no Brasil de Fato, ainda em outubro do ano passado, desde o início do programa “foram registrados vários casos de agressões físicas, assédios, inclusive acusação de estupro, praticado por militares. (...) Socos, mata-leão, ameaças verbais, são os casos mais comuns. Sem falar nos casos de assédio moral e abuso de autoridade entre os professores. Tão repulsivos quanto estes, no entanto, são os casos de racismo promovidos por quem deveria zelar pelo bem-estar dos estudantes”.

Infelizmente, é possível vislumbrar as consequências, trágicas, desse tipo de ensino. Se não tivermos uma política de enfrentamento à militarização da Educação, negaremos aos nossos estudantes a vivência democrática no espaço da escola e, consequentemente, colocaremos em risco a organização democrática do Estado brasileiro.

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) encerrou, no dia 14 deste mês, as discussões referentes ao Projeto de Lei (de autoria do governador Tarcísio de Freitas) que prevê a implementação de escolas cívico-militares no estado. Em 21/05, o Projeto foi colocado em votação. Durante a votação, estudantes que manifestavam contra o PL foram agredidos com golpes de cassetetes por policiais militares. Essa é uma demonstração exemplar, prática, do trabalho “pedagógico” desses futuros “educadores” do Estado.

Estamos diante um embate ideológico, não podemos negar. Não podemos deixar que práticas neofascistas se instalem em nossas escolas. Abrir mão dessa luta é permitir o cerceamento da autonomia e do pensamento crítico dos estudantes, é abrir mão de educadores comprometidos com a educação emancipadora, é abrir mão de uma escola inclusiva. Enfim, é abrir mão da escola democrática, pública e gratuita, para todos, todas e todes.

 

Foto: SEE/Divulgação


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