Na manhã desta segunda-feira (03/06), funcionários do Grupo Carrefour fizeram uma manifestação na frente à unidade do hipermercado na Pampulha, em Belo Horizonte, impedindo sua abertura por duas horas. Os manifestantes reivindicam a manutenção de seus direitos no acordo de venda de parte das unidades da cidade para o Grupo DMA Distribuidora SA, que controla a rede de supermercados EPA.
O Grupo Carrefour vendeu suas lojas Carrefour Bairro e as outras que controla, em parceria com o grupo Super Nosso, para o Grupo DMA, que pretende criar no local lojas EPA Premium. Os imóveis ocupados por essas lojas já pertencem ao DMA e eram alugados pelo Carrefour. O contrato estabelecido entre as duas partes foi o chamado de “porteira fechada”, ou seja, em que há uma transferência de todos os funcionários dessas lojas para o Grupo DMA.
Aos funcionários, foi comunicado que a mudança se dará entre os dias 8 e 9 deste mês. No entanto, não lhes foi garantida a manutenção de todos os direitos que conquistaram junto ao Carrefour, nem o direito à rescisão, caso o funcionário não aceite as mudanças.
Os funcionários, cientes da dificuldade de conseguir a manutenção dos seus direitos, exigem que haja ao menos a possibilidade de escolha, pois muitos deles não têm interesse em trabalhar para a nova empresa. O EPA já deixou claro nas reuniões com os trabalhadores que não garantirá as mesmas condições de trabalho, assegurando apenas a estabilidade de um ano e o mesmo valor do salário nesse período. Entre os direitos que irão perder estão a refeição oferecida no local de trabalho, que será trocada por um vale refeição de valor insuficiente e os planos odontológico e de saúde.
“Estão nos vendendo como se a gente fosse escravo, não temos nem o direito de querer sair”, declarou uma manifestante que não quis se identificar. Durante o protesto, os trabalhadores conseguiram fechar a loja da Pampulha, que é uma das maiores do grupo, das 8h às 10h da manhã, quando foi oferecida uma reunião de negociação. Na reunião, porém, os representantes do Carrefour apenas disseram que as lojas já foram vendidas e que o acordo deve ser feito agora com o Grupo DMA.
Outra denúncia feita pelos trabalhadores é a de prática antissindical pela direção do Carrefour. Quando o Sindicato dos Comerciários de Belo Horizonte e Região convocou uma reunião com os trabalhadores, os gestores da empresa divulgaram aos funcionários que a reunião era falsa, promovida por golpistas.
O direito dos trabalhadores deve ser assegurado em todos os casos. Neste, então, é uma questão ainda mais premente: nenhum trabalhador escolheu mudar de empresa, nenhuma trabalhadora quer perder os direitos mais básicos, arduamente conquistados. Em defesa dos direitos dos trabalhadores do Carrefour! Pelas mesmas condições de trabalho! Pelo direito de escolha!