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13 de julho: Dia Mundial do Rock

Em 1984, Bob Geldof, músico irlandês, assistia a uma reportagem da BBC sobre a fome na Etiópia e, diante de tamanha miséria, decidiu que não podia “ficar ali parado”. Procurou alguns músicos amigos seus, gente como Midge Ure, Bono Vox, The Edge, Boy George e Paul McCartney e junto com eles idealizou a música “Do They Know It’s Christmas?”.

Nesse mesmo ano, a canção foi gravada na época do natal pelo grupo ‘Band Aid’, criado por Bob com grandes músicos do pop e do rock britânico, tornando-se o single mais vendido da história do Reino Unido. Bob Geldof também criou e organizou o Festival ‘Live Aid’, onde tocou com os ‘Rats’ em um grande concerto para arrecadar fundos para combater a fome e a miséria das nações pobres africanas. O resultado foi um sucesso que permitiu que ele viajasse pelo mundo todo expondo a luta contra a fome e miséria na Etiópia. Bob organizou também o ‘Live 8′, uma série de shows simultâneos nos países do G8, com mais de mil músicos e transmitido por mais de 150 canais de TV e cerca de 1500 emissoras de rádio, chamando a atenção das autoridades para que fossem perdoadas as dívidas externas dos países pobres, principalmente das nações africanas.

O primeiro “Live Aid” aconteceu no dia 13 de julho de 1985 e, a partir dos meados dos anos 1990, incentivadas por duas rádios paulistanas dedicadas ao gênero, motivou a comemoração do Dia Mundial do Rock aqui no Brasil.

Sinônimo da rebeldia, do não-conformismo, do questionamento e da atitude, o Rock and Roll trouxe a liberdade de expressão tão fundamental para o seu sucesso.
Este estilo tão forte, tão presente, tão contestador, tão revolucionário e, ao mesmo tempo, tão marginalizado por uma série de fatores é sem dúvida um dos expoentes mais importantes da música moderna mundial.


Música contra o sistema

   

O Rock tem inúmeras vertentes, entre eles o punk rock, o heavy metal, o rock progressivo, grunge, country rock etc. Tão grande quanto o número de gêneros e subgêneros surgidos no rock é a quantidade de artistas e bandas que utilizaram, e ainda utilizam, a música para fazer críticas ao sistema, sejam elas abertas ou veladas.

Bandas como a “Dead Kennedys” e suas canções com temática antibelicista; “The Clash” e suas músicas politizadas que sintetizavam o sentimento de revolta da juventude, abordando temas como racismo e xenofobia; a banda irlandesa “U2”, que criticou abertamente as guerras pelo mundo e apoiou a luta pelos direitos civis; a banda inglesa “Motorhead” e a americana de punk-rock “Bad Religion”, que fizeram importantes contribuições com suas polêmicas críticas à religião, são apenas alguns exemplos.

Mais recentemente, bandas como “System of a Down” e “Rage Against The Machine” destacaram-se por fazer críticas em suas canções aos governos, ao consumismo, às frequentes guerras e à imprensa oficial. Além disso, os membros dessas duas bandas fazem questão de levar a crítica social e política para as suas entrevistas e aparições públicas.

Muitos nomes de várias épocas e estilos ainda podem ser citados, como as bandas Green Day, Pearl Jam, Manic Street Preachers, Trust, Gang of Four, New Model Army, Midnight Oil, Crass, Minutemen, Fugazi, Mano Negra, Chumbawamba, The Ex, Bikini Kill e os Suecos do Refused, sem falar de ícones como Pink Floyd, John Lennon, Peter Gabriel, Jimmy Hendrix e Janis Joplin entre tantos outros.
Rock nacional

Falando de rebeldia, em termos de Rock nacional, uma figura que se destaca é Raul Seixas com suas canções “Ouro de Tolo”, “Disco Voador”, “Mosca Na Sopa” e diversas outras que criticavam a ditadura e o estilo de vida das classes mais abastadas da sociedade.

Ainda no cenário nacional, diversas bandas questionaram o sistema, o abuso de poder das autoridades, a situação política do país, o racismo, o preconceito e diversos outros temas. Nomes como Legião Urbana (“Geração Coca-Cola”, “Que País É Esse” e “Índios”), Paralamas do Sucesso (“Alagados” e “Selvagem”), Capital Inicial (“Saquear Brasília” e “Veraneio Vascaína”), Plebe Rude (“Até quando esperar”), Ira!, Engenheiros do Hawai, Biquini Cavadão, Camisa de Vênus, Heróis da Resistência, Uns e Outros, Hojerizah, Zero, Barão Vermelho etc. davam o tom da rebeldia e da resistência nos anos 80.

Vale destacar o poeta Cazuza, que produzia músicas para incitar a rebeldia contra o status quo que imperava na sociedade burguesa brasileira, da qual ele e sua família faziam parte. Um conjunto que se destacou no início de sua carreira com canções críticas às tradições e costumes da sociedade brasileira foi a banda Titãs. Seus primeiros CDs são recheados de diversas críticas às instituições do Estado burguês, destacando-se: polícia, Estado, violência, televisão e igreja. A banda Planet Hemp (“Legalize já”) aparece como uma importante representante do debate sobre a polêmica questão da legalização das drogas.

Um bom exemplo, no Brasil, de banda punk rock politizada são os “Garotos Podres”, com canções como “Subúrbio Operário”, “Anarquia Oi”, “Escolas” e “Aos Fuzilados da CSN”. Esta banda fez, inclusive, uma versão da Internacional Comunista.

É inquestionável que o Rock and Roll teve grande influência nas transformações ocorridas na sociedade no século XX, devido a sua importância como forma de arte e expressão cultural e por ser um dos estilos musicais mais ouvidos no mundo todo.

Por isso, celebremos. Celebremos o Rock and Roll, em todas as suas vertentes, desde o melódico blues dos negros nas igrejas até a explosão das guitarras distorcidas e vozes guturais nas garagens e porões undergrounds, que causam tanto furor e controvérsias.

Mas acima de tudo, celebremos o Rock, a música e todas as demais formas de arte como ferramentas da Revolução Cultural, usadas para contestar e combater os ataques do imperialismo e para derrubar o sistema capitalista vigente, na nossa constante Luta pelo Socialismo.

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