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Guarda Municipal atira em candidato do PT em Curitiba

No último dia 9 de setembro, mais um caso de violência contra o PT foi registrado em Curitiba. Desta vez foi a Guarda Municipal quem realizou dois disparos de bala de borracha, à queima roupa, contra o jovem negro, candidato a deputado federal e filiado ao PT, Renato Almeida Freitas. A vítima realizava uma panfletagem na Praça do Gaúcho, quando foi surpreendida pelos disparos, um atingindo suas costas e o outro sua mão.

Não bastasse o atentado, o candidato petista ainda foi detido e levado para o hospital do Cajuru, no camburão da Guarda, de onde fez um vídeo que publicou em suas redes sociais, relatando o ocorrido: “Estou sendo preso aqui pela Guarda Municipal, fui baleado duas vezes por bala de borracha, à queima roupa. Queria que quem estivesse vendo este vídeo lembrasse de pedir as filmagens das câmeras da praça. Estava fazendo panfletagem na praça e a guarda mandou eu sumir da praça. Não fiz nada, só estava panfletando”. O jovem já tinha sido detido anteriormente, quando era candidato a vereador, por “desacato” e “perturbação da ordem”.

Três dias antes, outra candidata a deputada federal, também do PT-PR, sofreu agressões físicas da Guarda Municipal de Curitiba e foi detida. Edna Dantas realizava uma manifestação em prol da libertação do ex-presidente Lula quando foi agredida e detida, junto a outros militantes do partido, mostrando que tais ações não representam uma “ocasionalidade”, pelo contrário. É o modus operandi não apenas da Polícia do Paraná, reconhecida por sua truculência, mas de todos os órgãos de repressão do Estado capitalista. No caso dos ataques contra o PT, que já teve caravanas e acampamentos Lula Livre alvejados por tiros com armas de fogo, o que fica evidente é o avanço da extrema-direita com o aval do Estado. Tudo isso expõe ainda mais o caráter golpista do processo eleitoral.

O presidente do PT-PR, Florisvaldo Fier, mais conhecido como Dr. Rosinha, lançou uma nota de repúdio contra as ações, cobrando explicações do governo do Paraná. “Nos dois casos, a única explicação para a perseguição é que ambos são negros, do PT e dos movimentos sociais. O que estamos vendo é uma assustadora onda crescente de violência e perseguição a quem se manifesta e luta a favor dos oprimidos”, afirmou.

Novamente vemos exposto o caráter racista e inquisitório do aparato repressivo do Estado contra os partidos de esquerda. Não é coincidência que dois candidatos negros, petistas, tenham sido atacados pelo simples fato de estarem militando em locais públicos, afinal de contas, ser de esquerda virou sinônimo bandido, ainda mais em se tratando de uma pessoa negra e/ou pobre.

Também chama a atenção a postura da imprensa burguesa, que mal se deu ao trabalho de divulgar tais ações, o completo oposto do circo que foi montado quando se tratou de noticiar a facada de Bolsonaro. Para os candidatos negros, de esquerda, vítimas da Polícia, órgão do Estado: silêncio. Para o candidato da extrema-direita, vítima do que, à primeira vista pareceu ser uma ação isolada, individual: transmissão quase que ao vivo, com notícias durante toda a grade de programação, durante dias. Dois pesos e duas medidas. 

A burguesia não tem nenhum pudor em reprimir, prender, espancar, torturar e assassinar, se preciso for, aqueles que se apresentam como empecilho aos seus planos. Exemplos não faltam, sendo o caso da prisão política do ex-presidente Lula e o assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco, os mais emblemáticos.

Como fica claro, a repressão irá se intensificar nesta reta final das eleições. Os partidos revolucionários, por sua vez, devem usar este momento para atuar, demonstrando que as eleições burguesas não constituem um fim em si mesmo. Já a população deve estar atenta para denunciar ações como estas, pois escancaram o caráter de manutenção de privilégios de classes, machista e racista, dos sufrágios burgueses.

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