Um levantamento feito pelo Dieese, referente as greves do ano passado, demostrou um dado alarmante: das 1566 greves realizadas, 81% foram contra a retirada de direitos, manutenção dos mesmos ou contra o descumprimento de Acordos Coletivos de Trabalho. Mais da metade dessas greves, 55,5%, referiam-se ao descumprimento de acordos coletivos, convenções ou legislações. Em 44% dos casos, as reivindicações giravam, principalmente, em torno de salários atrasados, pagamento de tickets, férias ou 13º (em 2013, esse percentual era de 20%). Já as manifestações que reivindicavam reajustes salariais ou pisos trabalhistas representaram cerca de 32%.
A investida da burguesia contra a classe operária, expressa principalmente por meio das atrocidades da Reforma Trabalhista, colocou os trabalhadores na situação de lutar não por melhores condições de trabalho ou salários, mas por condições mínimas de sobrevivência. Os direitos conquistados em anos de luta estão sendo retirados sem nenhum pudor pela direita e a tendência é que o processo se intensifique em virtude do aprofundamento da crise do capital.
Não foi por nenhum acaso o fato dos trabalhadores do setor público terem realizado mais greves do que os da área privada: 814 e 746 mobilizações, respectivamente. O total de horas paradas superou 94 mil, sendo 65% na esfera pública, divididos em paralisações no funcionalismo (728) e nas empresas estatais (86). Isto tem relação com o fato de os trabalhadores do setor privado terem contratos ainda mais precarizados, mais frágeis do ponto de vista da garantia legal dos direitos como, por exemplo, a estabilidade no emprego que não é assegurada neste tipo de contratação.
A luta individual de cada categoria enfraquece e fragmenta a luta. A união das data-bases, em uma Greve Geral que coloque em xeque a produção, é uma necessidade. Somente a unidade na luta fará os trabalhadores sair da disputa pela manutenção das migalhas provenientes do capitalismo e avançar na melhoria das condições de trabalho.
