Esta obra, que estamos apresentando por partes aos leitores
do Gazeta Operária, é considerada por estudiosos e militantes marxistas o
“livro de iniciação política do trabalhador”, que deve estar ao alcance em todos
os momentos da vida de um ativista político socialista. Nestes 200 anos do
nascimento de Karl Marx, o “Manifesto” deve ser lido, analisado, debatido e difundido
pelas organizações marxistas no sentido de ampliar a compreensão dos jovens
militantes comparando o período em que o Manifesto foi escrito e o atual, onde
a crise do capitalismo está em profunda agonia.
“As forças produtivas disponíveis já não favorecem mais o
desenvolvimento das relações burguesas de propriedade; ao contrário,
tornaram-se poderosas demais para essas relações e passam a ser por elas
travadas; e assim que vencem esse obstáculo, desarranjam toda a sociedade, põem
em perigo a existência da propriedade burguesa. As relações burguesas tornaram-se estreitas
demais para conter a riqueza por elas mesmas criada. E de que modo a burguesia
vence tais crises? De um lado, através da destruição forçada de uma massa de
forças produtivas; de outro, através da conquista de novos mercados e da
exploração mais intensa dos antigos. De que modo, portanto? Mediante a
preparação de crises mais gerais e mais violentas e a diminuição dos meios de
evita-las.
As armas de que se serviu a burguesia para abater o
feudalismo voltam-se agora contra a própria burguesia.
Mas a burguesia não forjou apenas as armas que lhe trarão a
morte; produziu também os homens que empunharão essas armas – os operários
modernos, os proletários.
Na mesma proporção em que se desenvolve a burguesia, ou
seja, o capital, desenvolve-se também o proletariado, a classe dos operários
modernos, que vivem apenas na medida em que o seu trabalho aumente o capital.
Tais operários, obrigados a se vender peça por peça, são uma mercadoria como
qualquer outro artigo de comércio e estão, portanto, expostos a todas as
vicissitudes da concorrência, a todas as flutuações do mercado.
O desenvolvimento da maquinaria e a divisão do trabalho levam o trabalho dos proletários a perder todo caráter independente e com isso qualquer atrativo para o operário (...)”.