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Futebol-arte: mais uma vítima do capitalismo

Muito além do seu caráter esportivo, histórico e social, o futebol possui uma inegável força enquanto prática artística e até poética, tomando em conta a complexa aprendizagem e dinâmica que o jogo permite e a inerente produção de inesperadas emoções que uma partida desse glorioso esporte pode trazer. É sem dúvidas o esporte mais amado do globo.

Entretanto, num mundo em que o capitalismo se apodera de tudo e de todos, manipulando regras e impondo padrões, este esporte de possibilidades tão diversas quanto rentáveis torna-se cada vez mais um objeto de desejo dos comandantes do “marketing” e do “business”.

A lógica do sistema capitalista sempre foi a da apropriação do lucro gerado pela produção coletiva, fruto do esforço da grande maioria dos trabalhadores, em benefício de uma ínfima parcela de parasitas exploradores. Com o futebol, que também é coletivo, não foi diferente. Sob as regras, a força e o domínio da exploração capitalista, esse esporte de preferência global vem sendo transformado em mecanismo capaz de gerar benefícios para alguns poucos privilegiados. O que move esse esporte não é mais o futebol-arte, o amor à camisa, o drible genial e o gol chorado, mas os contratos milionários em favor daqueles que acumulam milhões e milhões de dólares.

Em todo o mundo, mas principalmente na Europa, as grandes equipes de futebol são similares às filiais das empresas, colocando-se a serviço dos grupos patrocinadores e dos impérios televisivos. Elas são amplamente usadas para a especulação financeira e para inflacionar o mercado esportivo.

O futebol capitalista é um esporte individualista. O coletivo é deixado de lado para dar lugar ao espírito mesquinho do “ser melhor”, criando a ilusão egoísta do “ser a estrela do time”, fazendo com que os jogadores deem mais importância ao dinheiro, à celebridade e à fama do que ao espírito esportivo de equipe. Os jogadores de futebol são adestrados para aceitar essa lógica perversa e destruidora. Os profissionais dessa área, principalmente os jovens das categorias de base, são simples objetos comerciais utilizados por investidores e especuladores que “cuidam de suas carreiras” para depois vendê-los, faturando fabulosas fortunas. Os atletas são meras ações no mercado financeiro do esporte e apenas alguns poucos chegam ao topo, destacando-se na vitrine televisiva. A ampla maioria se perde na miséria e desparece no ostracismo.



Retomar o futebol para a classe trabalhadora



Por causa de todos esses ataques do capitalismo na intenção de explorar o futebol e fazer dele uma fonte permanente de obtenção de lucros, cabe ao torcedor lutar intransigentemente para retomar o controle deste que sempre foi o esporte predileto do trabalhador.

Mesmo que o time do Brasil não apresente o futebol que esperamos, mágico, belo, que nos prende e nos deixa na certeza de títulos, torcer pela Seleção Brasileira se faz necessário, não por mero nacionalismo, mas como uma demonstração de união e força para a retomada do nosso futebol, tanto como modalidade esportiva quanto por se tratar de uma atividade artística e cultural pertencente à classe operária.

Se o problema da nossa seleção são os contratos milionários, os patrocinadores avarentos e os cartolas inescrupulosos que procuram cada vez mais acumular riquezas, cabem aos torcedores lutar contra o capitalismo que alimenta esse sistema nefasto e não se voltar contra o futebol, tampouco contra a sua seleção.

O futebol existe para os trabalhadores e não para os empresários e representantes da alta burguesia. A seleção brasileira existe para a torcida. Sem o grito, os aplausos e o “décimo segundo jogador”, o futebol perde sua alma. A arte, a beleza, a paixão, seja do futebol ou de qualquer outro esporte, tende a desaparecer sob o toque esmagador do capital.

Nós que acreditamos no Partido Operário Revolucionário temos a tarefa de preparar e conduzir a classe trabalhadora e todos os explorados para uma nova sociedade, onde a produção e a apropriação de toda riqueza gerada serão coletivas, onde o futebol e os demais esportes voltarão a ser coletivos e as artes e a cultura serão acessíveis a todos. E nesse tempo, os atletas de todas as modalidades esportivas, junto com todos os trabalhadores, erguerão seus punhos, comemorando sua vitória e homenageando o socialismo.


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