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Governo revoga reforma, mas crise na Nicar�gua continua

A Nicar�gua vive uma intensa cr�tica pol�tica, cujo �pice se iniciou em abril, quando centenas de nicaraguenses tomaram as ruas da capital, Man�gua, contra a pol�mica reforma da Seguridade Social, que reduzia as aposentadorias em 5% e aumentava as contribui��es. Ap�s a grande onda de manifesta��es, o presidente da Pa�s, Daniel Ortega, um dos revolucion�rios sandinistas que tirou do poder o ditador Anastasio Somoza, marionete do imperialismo, revogou a reforma.

Por�m, as manifesta��es de rua continuaram e se exacerbaram. Estima-se que, desde ent�o, mais de 350 pessoas morreram, entre manifestantes e integrantes de grupos paramilitares leais a Ortega. A pergunta �: porque as manifesta��es continuaram a acontecer se a reforma da previd�ncia foi revogada?

Cabe ressaltar que o movimento contra Ortega tem ra�zes mais antigas. Uma ala do setor campon�s tem criticado fortemente o governo nicaraguense desde 2013, quando este concedeu a uma empresa chinesa o direito de construir um canal na Nicar�gua, que ligaria oceanos Pac�fico e Atl�ntico, facilitando as exporta��es do pa�s asi�tico por via mar�tima. Logo, a onda de protestos tem fortes ind�cios de ser mais um desdobramento da competi��o entre EUA e China pelo mercado mundial.

Daniel Ortega, em entrevista ao canal Euronews, afirmou que o pa�s enfrenta um potente inimigo: �os EUA, que repetidamente invadiu a Nicar�gua e continua interferindo nos assuntos da Nicar�gua. Atrav�s de contas nos EUA, a Ag�ncia dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e outras organiza��es norte-americanas fazem declara��es sobre os milh�es que s�o alocados � Nicar�gua, � democracia, conforme dizem�.  O presidente afirmou ainda que esse dinheiro alocado na Nicar�gua serve para tentar �desestabilizar o pa�s, provocar a viol�ncia e estimular as a��es armadas de gangues que t�m cometido crimes desde 2007, quando voltamos a assumir o poder�.

N�o s�o apenas ind�cios. A pr�pria USAID anunciou publicamente, em 20 de julho, que alocou US$ 1,5 milh�es para apoiar a �democracia� na Nicar�gua, juntando-se � US$ 10 milh�es que j� haviam sido aprovados previamente pelo congresso estadunidense como parte do or�amento para a ag�ncia. N�o resta muitas d�vidas. Assim como tem feito por toda a Am�rica Latina, os Estados Unidos t�m apertado o cerco para reafirmar sua domin�ncia sobre o continente, que trata como um verdadeiro quintal.

De fato, a justificativa que deu Ortega para realizar a reforma da Seguridade Nacional havia sido a crise econ�mica advinda da crise na Venezuela, at� ent�o o principal aliado comercial do Panam�. Como se percebe, ao apertar o regime de Nicol�s Maduro em busca do petr�leo venezuelano, os Estados Unidos criaram um �efeito domin� que afeta diretamente os pa�ses minimamente progressistas do continente.
Os EUA v�m acusando o governo  nicaraguense de crise humanit�ria e tenta impor a antecipa��o da elei��o no pa�s, que constitucionalmente ocorreria em 2021. Trata-se de mais uma tentativa de golpe jur�dico-parlamentar. Justamente nesse sentido, Evo Morales, presidente da Bol�via, denunciou em suas redes sociais que �os EUA mostram sua obsess�o com a interfer�ncia nos assuntos internos dos pa�ses soberanos e exigem a redu��o do mandato constitucional na Nicar�gua com elei��es antecipadas. � um an�ncio de golpe que amea�a o di�logo e a paz na Nicar�gua. Os EUA n�o s�o donos do mundo�.

As palavras de Evo est�o corretas. Por�m, seja na Nicar�gua, Venezuela, Bol�via ou Brasil, os l�deres progressistas simplesmente perecer�o se n�o acirrarem a luta de classes. Para combater um inimigo t�o poderoso quando o imperialismo, s� mesmo a for�a do proletariado unido, com consci�ncia de classe e sem nenhuma concess�o �s pol�ticas reformistas. S� a destrui��o do capitalismo poder� acabar com a inger�ncia dos Estados Unidos no mundo.


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