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Diminui o PIB e cresce a inflação no Brasil

Havia uma espécie de consenso entre os economistas consultados pela imprensa capitalista brasileira que o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceria cerca de 3%, em 2018, depois de um aumento de 1,1%, em 2017.  Ainda em maio, o Ministério do Planejamento já havia reduzido essa previsão para 2,5%, sob a justificativa que a recuperação da economia “era mais lenta do que o esperado”. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira ficou estagnada no primeiro trimestre, contribuindo fortemente para essa realidade.

Porém, os novos dados de julho mostram que o cenário é ainda pior. Diante da ausência da tal “recuperação” econômica, o Ministério da Fazenda reduziu ainda mais a expectativa e passa a crer que o PIB crescerá apenas 1,6%, em 2018. E isso são os dados oficiais, divulgados pelo Governo Federal. No mercado, alguns bancos avaliam que o crescimento econômico pode ficar em apenas 1%, em 2018, acabando com as pretensões dos golpistas, que esperavam algum crescimento econômico real em 2018 para conseguir influência no processo eleitoral.

Embora o Partido da Imprensa Golpista (PIG) atribua essa fraqueza da economia brasileira à crise política, que dificulta a aprovação de projetos da agenda econômica, e a greve dos caminhoneiros, a bem da verdade é que Temer não tem nenhum projeto real para uma verdadeira recuperação econômica do Brasil.

Em lugar de procurar fortalecer a indústria nacional, a política do golpista é a mais entreguista possível. Colocado no poder por ingerências imperialistas, Temer nada mais é do que um “peão” que age a favor das grandes empresas multinacionais. Além disso, tem trabalhado com afinco para extinguir todos os direitos dos trabalhadores, cujo processo culminou na aprovação da Reforma Trabalhista.

Para mascarar os dados econômicos de estagnação, a política central que está sendo estabelecida por Temer é liberar o saque do PIS/PASEP para os trabalhadores. O objetivo é tentar assegurar um crescimento econômico com base no consumo, sem nenhum lastro real com a produção. A frieza dos ínfimos números do crescimento brasileiro mostra o quão fracassada e efêmera é essa política. Em relação direta temos a inflação de julho, que fechou em 0,64%, maior taxa para esse mês desde 2004. Ou seja, ao mesmo tempo em que tenta incentivar o consumo, Temer não consegue fazer com que os preços dos produtos se mantenham para que a população compre e aqueça a economia.

Sem emprego, trabalhadores queimam a poupança

Resultado desse cenário tão caótico, como vem noticiando o Gazeta Operária, o desemprego, o subemprego e o emprego informal é a triste realidade da classe trabalhadora brasileira.
Com a “corda no pescoço”, recebendo apenas por empregos temporários ou informais, quando não desempregado, o trabalhador é obrigado a utilizar suas reservas financeiras em gastos comuns do dia a dia.

Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), em junho, 13,3% dos brasileiros queimaram reservas financeiras para conseguir que as contas fechassem no fim do mês. Segundo a economista Viviane Seda, do IBRE/FGV, "havia uma esperança muito forte que uma melhora do mercado de trabalho poderia resolver a questão do orçamento doméstico. Essa recuperação não veio e parte desses consumidores foi usando a poupança que tinha para pagar as contas".

Os dados do SPC Brasil são ainda mais alarmantes. Em pesquisa realizada em maio, foi demonstrado que 40,5% das pessoas tiveram que empregar as reservas financeiras para as mais diversas finalidades. Do total, 4,5% das pessoas utilizaram porque simplesmente foram demitidas e outras 7,4% porque o dinheiro que recebiam não era suficiente para pagar as contas.
Obviamente, quanto mais pobre, mais endividado se torna o trabalhador. Ainda na pesquisa realizada pelo IBRE/FGV, entre os que recebem até três salários mínimos, o percentual de endividados chega à casa dos 15,1%. Esse número é de 3,7% para os que recebem mais de dez salários mínimos.

Essa é a realidade infligida pelo capitalismo à classe trabalhadora. Para salvar os lucros de uma casta de parasitas, impõe-se à maior parcela da população o endividamento, o desemprego, a fome e, finalmente, a miséria. Como a experiência histórica vem demonstrando, nenhuma saída conciliadora com o sistema trará melhoras reais para a classe trabalhadora. Para a extinção da miséria, é inevitável que seja extinto o capitalismo.

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