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Educadores de BH em greve

Os professores da rede de ensino infantil de Belo Horizonte entraram em greve na última segunda, dia 23 de abril, após a assembleia realizada pelo sindicato da categoria (Sind-Rede). De acordo com o sindicato, Belo Horizonte tem hoje 131 Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis), 31 escolas municipais de educação infantil e cerca de 30 escolas de ensino fundamental com turmas de educação infantil. Desse total, 59 unidades estão totalmente paradas e 103 parcialmente paralisadas. 90% dos profissionais aderiram à greve, que tem como reivindicação principal a equiparação salarial dos docentes do ensino infantil com os do ensino fundamental, promessa de campanha do atual prefeito da cidade, Alexandre Kalil (PHS - MG). Os grevistas também lutam por melhorias nas UMEIs, aumento de vagas para crianças e a criação de novos postos de trabalho. Os professores infantis recebem R$1.415,00 no início de carreira e têm progressão salarial de até 15 níveis, já os docentes do ensino fundamental iniciam sua carreira com salário de R$2.100,00 e têm 24 níveis de progressão. 

Na manhã do dia 23 foi realizada uma manifestação pacífica na porta da prefeitura de Belo Horizonte. O protesto contava com professores, diretores sindicais e até crianças. O ato foi duramente reprimido pela Polícia, que chegou a fazer uso de bombas de gás lacrimogêneo, jatos de água e sprays de pimenta para dispersar os manifestantes. Tal ação, totalmente desmedida, que inclusive colocou crianças e adolescentes em risco, é mais uma demonstração do quão repressivo é o Estado de exceção em que vivemos. Dois diretores do Sind-Rede, Wanderson Rocha e Maria da Conceição Oliveira Silva, foram detidos e arrastados pela Avenida Afonso Pena, uma das principais vias da cidade.


Não à retirada de direitos


Aliado à greve do Sind-Rede, profissionais da rede privada de ensino também anunciaram  greve na última quarta-feira, dia 25, após a realização de uma assembleia e da reunião com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG). De acordo com o Sinpro Minas (Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais), mais de dois mil profissionais estiveram no hall da Assembléia Legislativa, representando mais de 60 escolas particulares da região. Os professores estavam em campanha salarial desde novembro do ano passado, quando foi feita a pauta de reivindicações da categoria. 

A greve não é apenas pelo reajuste salarial, mas também contra uma série de direitos que o sindicato patronal quer retirar dos professores, como o fim do intervalo entre as aulas (recreio), a extinção das bolsas de estudos para professores e dependentes, retirada da cláusula de atestado médico, perda do adicional por tempo de serviço, perda significativa do adicional extraclasse (uma vez que propõem que o professor trabalhe 10% a mais, sem remuneração devida), redução do período de férias, retirada da representatividade do sindicato (legítimo representante da categoria, conforme a Constituição da República),  entre outras.

 

Classe unida contra a exploração


A greve é um mecanismo de luta que os trabalhadores têm para mostrar seu repúdio contra os avanços da exploração que o capitalismo impõe a eles. O massacre contra a classe trabalhadora e a retirada de direitos conquistados a duras penas ocorre dia a dia e cada vez mais. O imperialismo suprime os direitos dos trabalhadores em busca do lucro, não se importando com as condições físicas ou mentais do proletariado.

É preciso unir as greves dos professores do ensino público e privado, mas mais que isso: é preciso unir os trabalhadores de todas as bases em uma Greve Geral para barrar os avanços da destruição capitalista, que visa retirar direitos dos trabalhadores em troca dos lucros dos grandes imperialistas. Somente assim teremos força para lutar contra os golpes e caminhar em busca do bem coletivo.


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