No último dia 10 de agosto, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras centrais sindicais planejaram uma mobilização nacional chamada de "Dia do Basta". A convocação, segundo informações da CUT, era para que os trabalhadores fossem às ruas exigir a revogação da Reforma Trabalhista e da retirada de direitos. Porém, o que se viu, novamente, foi a mais completa sabotagem a qualquer mobilização verdadeira dos trabalhadores. Não houve medidas de organização da atividade, a maioria dos sindicatos não realizaram assembleias em suas categorias para convocar o protesto, não foi feita a agitação necessária para chamar as massas às ruas, tampouco coordenação para levá-las. Tratou-se de mais um ato realizado para cumprir tabela, confundir os trabalhadores e manter a trégua com o governo Temer, tendo em vista as eleições.
O chamado da CUT para o Dia do Basta continha palavras de ordem voltadas às reivindicações dos trabalhadores, porém, as sete centrais sindicais participantes do ato (CUT, CTB, Força Sindical, Intersindical, UGT, CSB e NCST) estão agindo de acordo com o documento que formularam em conjunto, chamado de “Agenda prioritária da classe trabalhadora” (ver em https://www.cut.org.br/acao/agenda-prioritaria-da-classe-trabalhadora-8020). Tal plano conta com 22 propostas que visam “promover o desenvolvimento do Brasil a partir da geração de emprego e renda”. Uma análise atenta dessas propostas deixa claro que as palavras de ordem defendidas pelas centrais, supostamente chamando os trabalhadores à ação direta contra os ataques, não passam de demagogia. Neste momento, tudo o que interessa às burocracias que controlam as entidades é manter calmos os agentes do mercado financeiro, apresentando uma agenda reformista para as eleições de outubro. Trata-se de uma total capitulação em relação aos interesses da classe trabalhadora diante do avanço brutal dos ataques às suas conquistas, o que repudiamos veementemente!