Desde o início de seu mandato, o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem exibido de forma clara o racismo que permeia a mentalidade imperialista. Declarações racistas e xenofóbicas são frequentes nas redes sociais do presidente, promovendo um verdadeiro “festival de ataques” às minorias.
Não é de hoje que Donald Trump é acusado de ser racista. Uma investigação do governo americano nos anos 70 mostrou que a empresa presidida por seu pai, e depois por Donald Trump, evitava alugar imóveis para negros. Para saber se as reclamações dos clientes eram reais, os investigadores mandavam falsos interessados negros aos imóveis e, logo a seguir, outros falsos clientes brancos. Repetidas vezes, os negros ouviam que não havia imóveis para alugar, enquanto os brancos recebiam várias opções para locação imediata. Ao longo de seu mandato, o presidente de alguma forma sempre favoreceu as pessoas de pele clara, como no caso da distribuição de cargos ministeriais.
Não por acaso, o líder dos Estados Unidos teve um baixo índice de votos da população negra, revelando a insatisfação desta parcela da população com o presidente. A falsa notícia de melhora do desemprego entre os negros corrobora os problemas citados anteriormente. Vários outros escândalos permeiam a relação entre o líder imperialista e os negros norte-americanos.
De artistas a atletas negros, todos estão contra Trump
Colocando em plano a política segregacionista e xenofóbica que prometeu, o presidente acumula desafetos. Um caso mais antigo foi com Jay-Z, famoso rapper negro norte-americano, marido da diva pop também negra, Beyoncé Knowles. Ao ser entrevistado em um programa de TV, o rapper atacou Trump pela forma como se referiu aos países africanos e ao Haiti, em janeiro, quando os chamou de "países de merda". Jay-Z classificou o episódio de "decepcionante e doloroso" e falou dos níveis de desemprego no país entre pessoas de raça negra. Trump prontamente respondeu, pedindo para que seus seguidores “avisassem” ao rapper que os níveis de desemprego entre negros em seu mandato eram os menores já registrados desde 1978. Porém, a diminuição se deu por políticas da gestão de seu antecessor, Barack Obama, primeiro presidente negro dos EUA e também crítico de Donald Trump.
Atletas negros, como a “estrela” do basquete, LeBron James, fizeram pesadas críticas à gestão Trump, afirmando que este usa o esporte para dividir os EUA. Feroz crítico e abertamente anti-Trump, LeBron fez suas acusações baseado nas críticas de Trump à jogadores de futebol americano que ajoelharam durante a execução do hino nacional para protestar contra a violência policial, em sua maioria contra negros. Em maio deste ano, o presidente dos EUA chegou a dizer em suas redes sociais que estes atletas “talvez não devessem estar no país”, exibindo sua face racista mais uma vez. "Nós já percebemos isso há algum tempo. Ele (Trump) meio que usa o esporte para nos dividir, isso é algo que não concordo… Não posso me esconder e não dizer nada", declarou LeBron durante a inauguração da escola que construiu para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade em sua cidade natal, Akron, Ohio.
Racismo intrínseco ao imperialismo
Trump apenas revela em suas afirmações o que já sabemos: o imperialismo não tem intenção alguma de melhorar as condições de vida dos negros dentro da lógica do sistema. O fato de o negro ser subjugado e diminuído corrobora com a ideia de que o negro é inferior aos brancos, ideologia surgida “cientificamente” no final do século XIX para justificar a colonização da África. Ao propagar a ideia de inferioridade, o imperialismo exibe sua faceta exploradora, oferecendo piores condições de vida e de postos de trabalho para negros. Os imperialistas não se importam de serem racistas ou xenófobos para que todos vejam, afinal, que as minorias servem apenas como “objetos descartáveis” para que eles acumulem cada vez mais capital através da mais-valia.
No Brasil, o “Trump” brasileiro, Jair Bolsonaro, tem igualmente demonstrado publicamente o seu ódio às camadas negras da população, às mulheres, aos LGBTs, à juventude das periferias e a toda a população pobre. Tal candidatura deve ser repudiada pelo conjunto do povo pobre e oprimido.
O único modo de acabar com esse preconceito inerente ao capital é removendo a base material do capitalismo. Expropriando os meios de produção dos imperialistas e redistribuindo-os para a classe trabalhadora. Com a divisão igualitária dos meios de produção e dos frutos do trabalho coletivo não haverá espaço para nenhuma forma de preconceito. Apenas com o fim do imperialismo teremos uma sociedade onde todos são iguais, independente de raça, gênero ou opção sexual.