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Bolsonaristas proíbem a liberdade de expressão

No último dia 17 de outubro, ocorreu uma manifestação de ódio na UFMG. A professora Maria de Fátima Leite, chefe de um laboratório do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, sofreu um ataque à sua liberdade de expressão. Na porta do laboratório da professora continha alguns adesivos com os dizeres: “professor sim, ele não”; “ciência sim, ele não”; “mais livros, menos armas”. Foi solicitado, de maneira intimidadora, que esses adesivos fossem retirados do laboratório de Maria Leite. Essa solicitação foi feita por um vigia da UFMG, serviço este que é feito de forma terceirizada. O vigia alegou que tinha ordens para fazer aquele tipo de ação. Ele também fez isso com outros professores e alunos dos laboratórios vizinhos.

Por esse fato, estudantes, professores e técnicos administrativos organizaram um ato. Esse ato consistiu primeiramente em reunir pessoas que apoiam a democracia e a liberdade de expressão para fazer uma panfletagem e colocação de adesivos nas portas para as pessoas próximas ao Instituto de Ciências Biológicas - ICB da UFMG. Além disso, as pessoas presentes se organizaram em grupos que passaram nas salas de aulas explicando a importância da democracia e da liberdade de expressão na sociedade e também para fazer o convite para a próxima manifestação contra Bolsonaro, no dia 20 de outubro, as 14h, na Praça Sete de Setembro.

Vale ressaltar que este não foi o primeiro impedimento à livre manifestação política nas últimas semanas, em âmbito escolar. No dia 10 de outubro, o juiz eleitoral, Douglas Marcel Peres, proibiu que o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Paraná, realizasse uma discussão sobre os casos de violência com direta relação às eleições, no auditório da reitoria da universidade. A alegação foi de que não se pode haver propaganda eleitoral em imóvel pertencente à administração pública. Cabe ressaltar que Bolsonaro foi pessoalmente fazer campanha no prédio do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) do Rio de Janeiro, um prédio também pertencente à administração pública.

Bolsonaro significa a censura

Um debate livre e aberto sobre as questões fundamentais, como educação, gera considerações positivas sobre a melhor estratégia a ser adotada na solução dos problemas daquela comunidade. Justamente por isso, não é coincidência que Jair Bolsonaro venha, sistematicamente, fugindo dos debates contra Fernando Haddad.

É fundamental a existência das discussões democráticas e de uma sociedade civil educada e bem informada cujo acesso à informação permita que esta participe da vida pública, fortalecendo as instituições públicas com sua influência. É aí que entra a liberdade de expressão, pois esta proporciona à coletividade uma gama variada de ideias, dados e opiniões livres de censura, que certamente seria a tônica de um governo de Bolsonaro. Para um povo ativo politicamente, a liberdade de expressão deve ser aberta e pública.

O impedimento da livre manifestação política em âmbito estudantil e escolar já mostra qual será a tônica de um eventual governo Bolsonaro. Voltaremos aos tempos da ditadura militar (1964-1985), em que a discussão política era proibida nas universidades. Mais que isso, o programa de governo de Bolsonaro defende veementemente as parcerias público-privadas nas universidades, projeto que paulatinamente levará à privatização. Por isso, é natural que os estudantes, professores e técnicos em educação venham, sistematicamente, se posicionar contra quem quer permanecer fazendo cortes em investimentos na universidade pública, pretendendo implantar a censura e, finalmente, privatizar a educação pública.

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