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Ministra “família” e a perseguição contra as mulheres

A Advogada, pastora e ex-assessora do senador Magno Malta (PR), Damares Alves, foi a escolhida por Jair Bolsonaro (PSL) para assumir o Ministério de Direitos humanos, Família e Mulheres (antigo Ministério de Direitos Humanos). Trata-se de mais uma pasta reestruturada para intensificar os ataques políticos contra a população trabalhadora. Dentre as “pérolas” já proferidas pela nova ministra está a fala que o “padrão ideal da sociedade” é a mulher ficar dentro de casa, fora do mercado de trabalho, sendo sustentada pelo marido, ou seja, embrutecida domesticamente, e que a “gravidez é problema que dura só nove meses”.

Damares é apoiadora de ideias ultra-conservadoras. Não por acaso, foi indicada a ocupar o ministério que não vai representar “direitos humanos”, mas os valores conservadores da família patriarcal (“família tradicional brasileira”), que historicamente oprime as mulheres. A pastora também lamenta que os homens estão fazendo todo o serviço de casa (o que é uma falácia) e salienta que a tarefa mais importante da mulher é ser mãe. Ou seja, para ela, a mulher, mesmo obrigada a ir para o mercado de trabalho, deverá se submeter a um comportamento de escrava do lar, já que nasceu para ser mãe e dona de casa.

 

Os ataques são econômicos

 

Os pronunciamentos de Damares não apresentam nada de novo em relação ao pensamento machista e retrógrado existente na sociedade. Porém, o fato dela ser a responsável por comandar o Ministério expressa a tentativa do futuro governo de ampliar o discurso que embasa as práticas de escravização das mulheres trabalhadoras.
A entrada da mulher no mercado de trabalho foi uma necessidade do avanço do capitalismo. No mercado de trabalho, ela se iguala ao homem na produção de riquezas e se fortalece para lutar pela igualdade de direitos. A libertação da opressão machista depende da evolução dessa luta, que é de toda a classe trabalhadora.

Hoje, em virtude das novas tecnologias, do avanço social em que nos encontramos, é impensável fazer as mulheres voltarem para os lares a não ser como forma de empobrecê-las. Não se trata apenas de liberdade individual, mas o trabalho fora de casa, para a maioria das mulheres, é imprescindível. Se levarmos em consideração que o trabalho pode emancipar a mulher ao lhe garantir liberdade financeira, sua presença no mercado de trabalho é um fator positivo para a diminuição da violência doméstica.

Os planos de Damares é abrir portas para a retirada dos poucos direitos democráticos conquistados pelas mulheres e não garantir outros, como a licença maternidade, salários equiparados, direito ao aborto, refeitórios e lavanderias públicas, escola e creches públicas para as mães nos locais de trabalho. Ou seja, aumentar a opressão de metade da classe trabalhadora.

 

Qual o objetivo?

 

Os planos do fantoche Bolsonaro é fazer a lição de casa imposta pelo imperialismo, que exige a superexploração dos trabalhadores como forma de salvar os grandes capitalistas da crise. Em suas falas e atuações, Jair Bolsonaro se posicionou contra a licença maternidade e o atendimento obrigatório e integral pelo SUS (Sistema Único de Saúde) às mulheres vítimas de violência. Sua atuação na Câmara de Deputados, onde está desde 1991, foi marcada por discursos misóginos e machistas. Sua atuação sempre foi contrária aos interesses dos trabalhadores, em especial aos das mulheres.
O resultado dessa política nefasta é a destruição de milhões de famílias que serão jogadas na miséria, no desemprego e na violência.

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