O Partido Novo, que de “novo” só tem o nome, tem, entre suas propostas, o fim da universidade pública gratuita. Um grande retrocesso para a população e para a juventude, que já não ingressam na faculdade graças à farsa do vestibular, um filtro criado para que os filhos dos grandes burgueses tenham acesso privilegiado a um ensino que deveria ser para todos.
Fundado em 12 de fevereiro de 2011, o Partido Novo tem um discurso político totalmente meritocrático e liberal. Nessa fantasia, afirma que aqueles que “fazem por merecer” devem ter mais direitos que os outros e o Estado deve intervir o mínimo possível. Isso em um cenário tão caótico quanto o brasileiro, em que não há o mínimo de igualdade de condições entre ricos e pobres. Ora, como pensar em mérito, em indivíduo, sendo que o abismo que separa as classes sociais é cada vez maior?
Prova disso são as declarações do ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, que também é coordenador econômico do pré-candidato à presidência do partido, João Amoêdo. Segundo Franco, não há motivos para que as universidades públicas não cobrem mensalidades, afirmando que quando houver a “Reforma do Ensino Superior” haverá muito gás lacrimogêneo. O ex-presidente do Banco Central defende que as universidades públicas estejam entre as áreas que o governo poderia buscar um corte de despesas, algo equivalente a 8,4% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme indicado em estudo do Banco Mundial, órgão imperialista. Tal enxugamento dos gastos públicos seria para supostamente “controlar” o déficit em que o país se encontra. A proposta do Partido Novo para o ensino superior não tem nada de nova. Está completamente em confluência com a velha política de precarizar para privatizar a educação brasileira.
Nesse sentido, os grandes conglomerados privados imperialistas que atuam no setor da educação, como a Kroton, estão de olho na privatização do ensino público brasileiro. Afinal, com o fim da universidade pública, eles monopolizarão os estudantes em suas faculdades e conseguirão extrair ainda mais lucros. Após entregar a universidade pública à iniciativa privada, o próximo passo é que programas como Prouni e FIES sejam extintos, retirando o direito à educação “superior” de milhares de jovens que não têm condições de pagar uma faculdade particular e os transformando em trabalhadores com baixo nível de instrução para serem abusados e explorados ainda mais no modo de produção imperialista. É necessário, mais do que nunca, o entendimento que a educação não pode ser tratada como uma mercadoria. As universidades, assim como qualquer serviço básico, devem ser um direito para todos, não somente para os que podem pagar.