O índice de acidentes de trabalho na Petrobras aumentou 10%, entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, passando de 0,95 para 1,06, segundo um levantamento feito pelos sindicatos de petroleiros em todo o Brasil. O estudo levou e conta o plano de negócios da Estatal, uma meta que prevê um acidente a cada 1 milhão de horas trabalhadas.
No ano passado, foram registrados sete acidentes fatais, sendo seis com trabalhadores terceirizados. Entre as causas estão: queda durante a movimentação de cargas, explosão em caldeiras de vapor, prensamento durante movimentação de tubos e queda de homem ao mar. Até agosto de 2018, três trabalhadores de empresas terceirizadas morreram em acidentes de trabalho e nenhum era contratado diretamente pela estatal.
Como fica evidente, a terceirização não traz vantagem alguma aos trabalhadores. Pelo contrário: retira direitos, aumenta a exploração e ainda coloca a vida desses profissionais em risco. Os trabalhadores são vistos como “objetos descartados” – não há nenhuma preocupação com as condições mínimas necessárias para que esses trabalhadores possam desempenhar seguramente suas funções.
A Reforma Trabalhista (fim da CLT) e a lei da terceirização irrestrita vieram para piorar ainda mais essa situação. Várias atividades meio já foram terceirizadas nas empresas privadas e nas estatais não foi diferente. A Petrobras, uma das maiores estatais do país, tem sofrido com esse processo e o resultado é a falta de treinamento prévio desses profissionais, o que leva, consequentemente, ao aumento do número de acidentes de trabalho. Não poderia ser diferente. A experiência já nos mostrou: a terceirização escraviza, mutila e mata.